Uma poesia para o vazio

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    Me dizem “aproveite a festa”
    Esta aquela que não como do bolo,
    Perdido, “se vos serve de consolo
    Agradeça por estar aqui, sem choro”
    Afinal, havemos todos de sofrer na poesia lida
    Não absorvida, apodreçamos todos nesta vida

    Niilista pacifista, entorpecido contentamento
    Me falta alento, assim me sento
    No sangue que sobe, sem sentimento
    Logo, no meio do caos, contemplo
    Ainda temos salvação?

    Essa população imersa em obsessão?
    Atenção intensa no grande irmão
    As telas dominam nossa atenção
    Assim são os “salvadores” da nação?

    Quiçá eu seja só um monstro
    Como vós
    Mas minha voz
    Não se afogará nos lençóis
    De ganância, ser atroz
    Me recuso, minha consciência
    Ainda existe nesse mundo em decadência

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