Com texto de Ana Roxo e direção de Cristiana Ceschi, boneca de pano é símbolo para abordar, de modo sensível, o abuso infantil.
Entre os dias 24 de março e 27 de abril, duas unidades do Sesc recebem o espetáculo Escondida. As apresentações acontecem na unidade Ipiranga, aos domingos, de 24 de março a 21 de abril, e na unidade Consolação, aos sábados, de 30 de março a 27 de abril. Segundo trabalho da Cia. Auspiciosa (o primeiro, A Princesa Errante e o Príncipe Errado, 2014), o infantil de Ana Roxo trata, de forma sensível e delicada, de assunto urgente e polêmico: o abuso infantil. Entre as referências da história estão personagens arquetípicas das histórias da tradição oral, dos contos de fadas e das mitologias.
Cristiana Ceschi assina a direção da encenação para retratar a trajetória de uma menina que acorda num reino onde nada tem nome. Ela sequer se lembra de como foi parar ali. Ao se deparar com um menino maltrapilho e uma bruxa, recebe dela três tarefas impossíveis para se lembrar de sua história. Nesse caminho, encontra, ainda, uma boneca de pano rasgada, a Escondida. Com ajuda da boneca, do garoto e dos animais da floresta, a menina precisa realizar as tarefas para se libertar daquele reino e lembrar quem é.
Desde seu primeiro trabalho, a Cia. auspiciosa investiga a junções entre cena e música. Em Escondida, aprofunda-se essa pesquisa. Original e especialmente criada para o espetáculo, a trilha sonora composta por Cristiano Meirelles, é parte da dramaturgia, ponto fundamental na construção das cenas e mescla estéticas, indo do pop à uma linguagem de trilha sonora de cinema, tendo como referências desde ABBA, Spice Girls, Paula Fernandes e David Bowie até Yann Tiersen.
Para Ana Roxo, é importante tratar esse tema com a sociedade. Ela acredita que o teatro e a linguagem poética que a peça apresenta são ferramentas poderosas no sentido de dar recursos simbólicos e emocionais para as crianças e pais discutirem o assunto. “O papel da boneca é fundamental na peça. Ela ensina à heroína que pode e deve pedir ajuda e é ela que é recosturada, vestida, refeita pela menina, que no fim, está se refazendo também”, fala Ana Roxo. “Não acho justo as crianças passarem por situações que seriam terríveis até para adultos, e que nos furtemos a falar sobre isso com elas. A peça é, infelizmente, uma trajetória extremamente atual: da menina que lida com a violência que lembra ter vivido, tem que se refazer e seguir sua vida.”
De acordo com a diretora Cristiana Ceschi, a montagem aborda o tema de maneira leve, sutil e poética, “e resulta de um olhar amoroso sobre nossas dores”, como fala a diretora. As histórias de tradição oral e os contos de fadas nos apresentam possibilidades de outros olhares sobre as trajetórias humanas, e como a peça é profundamente cheia desses símbolos, ela também se propõe a mostrar caminhos para resignificar essas dores.
Ficha Técnica
Texto: Ana Roxo. Direção: Cristiana Ceschi. Elenco: Ana Roxo, Cristiano Meirelles e Cris Rocha. Direção musical:Cristiano Meirelles. Figurino: Claudia Schapira. Bonecas: Polerito Arts. Iluminação: Vânia Nunes Jaconis. Técnico de som: André Teles Alves. Produção executiva: Aymberê Produções Artísticas.
Serviço:
De 24 de março a 21 de abril | domingos, às 11h
- Ingressos: R$ 17,00 (inteira) | R$ 8,50 (meia) | R$ 5,00 (credencial plena)
- * crianças até 12 anos não pagam*
- Ingressos à venda pelo Portal Sesc SP e nas bilheterias da Rede Sesc.
- Classificação indicativa: Livre.
- Capacidade: 200 lugares
- Sesc Ipiranga
- Rua Bom Pastor, 822 – Ipiranga | (11) 3340-2000
De 30 de março a 27 de abril | sábados, às 11h – (exceto 20/04)
- Ingressos: R$ 17,00 (inteira) | R$ 8,50 (meia) | R$ 5,00 (credencial plena)
- * crianças até 12 anos não pagam*
- Ingressos à venda pelo Portal Sesc SP e nas bilheterias da Rede Sesc.
- Classificação indicativa: Livre.
- Capacidade: 280 lugares
- Sesc Consolação
- Dr. Vila Nova, 245 – Consolação | (11) 3234-3000