Não nos afoguemos na tempestade de sangue

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    “Éramos todos humanos até que: a raça nos desligou, a religião nos separou, a política nos dividiu e o dinheiro nos classificou”, soa como um bom prólogo para esta niilista carta aberta, escrita por uma alma que anseia e implora por um mundo melhor, mas que segue a desfalecer ao teclar destas palavras.


    Uma vez eu li que “unidos, falharemos. Divididos, cairemos”, e hei de confessar que este conceito segregacionista vem rastejando seu caminho dentro do meu coração, cada vez mais enraizada em meu taciturno consciente. Como nós perpetuamos o ódio mediante pregações de união e de “não soltar a mão de ninguém”, nós nos atacamos. Nos separamos e nos isolamos em nossos times, com sangue nos olhos e facas por línguas para obtermos o que é melhor para o meu grupo, e como isso é triste.


    Eu acredito que maldade existe, não me tome por ingênuo, mas eu acredito que esse ressentimento só nos levará ao nosso desfalecer. Já disse e repito que a esquerda e a direta são apenas braços do mesmo corpo podre e atrofiado, que nunca veremos andar. Nossas diferenças deveriam ser celebradas e não incitar mais separação, afinal, havemos de perecer e sermos destroçados pelos mesmos vermes. Ninguém é superior a ninguém, somos todos criaturas distorcidas e falhas.


    Mas quero terminar com um adendo de esperança, dado que nossa maior virtude (ironicamente, nesse mundo vil) é amar. É perdoar e compreender, é ter comiseração
    com a dor dos outros. 2019 está sim começando turbulentamente, e haverá sim muita resistência adiante, mas estaremos unidos. O povo tinha de entender que essa raiva entre a gente, nossas venenosas ofensas proferidas e feridas cortadas fundo, deveriam ser direcionadas ao nosso inimigo público número 1, aos babacas rindo em seus sítios e mansões, focando em cores de camisa ao invés de nosso sofrimento.


    Eu não sou seu inimigo pela cor da minha pele ou pelo meu amor. E assim termino desejando um feliz 2019 a todos que se dão o trabalho de me darem uma chance de ser ouvido, de ser compreendido e quiçá poder retornar a gentileza.


    Que esse ano, o amor prevaleça, seja ele azul, rosa ou todas as cores do arco íris.

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