A Record TV demitiu o jornalista Gérson Dias de Souza, na última sexta-feira (16), um ano e cinco meses após o repórter ter sido acusado de cometer assédio sexual contra várias mulheres dentro da redação do Domingo Espetacular.
A emissora, que vinha aguardando o desfecho das investigações policiais, sucumbiu diante do fato de que Souza agora é réu na Justiça de São Paulo pelo crime de importunação sexual em ação movida por quatro vítimas.
Em agosto, Gérson foi denunciado pela promotora Maria do Carmo Toscano como incurso, por quatro vezes, no artigo 215-A (“praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro”), combinado com o 71 (ato continuado), do Código Penal. A pena para cada crime varia de um a cinco anos.
A emissora confirmou a demissão de Gérson, mas não comentou.
Os depoimentos das quatro vítimas foram confirmados por nove testemunhas. O primeiro caso de assédio registrado pela polícia ocorreu em 2016. A vítima era uma estagiária da emissora.
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O Repórter negou as acusações à polícia. Ainda na época em que o escândalo veio à público, o jornal,ista atribuiu a acusação a um suposto revanchismo. “É devastador saber que minha carreira, e vida pessoal, estão em risco pelas informações que circulam na mídia”, disse em nota à imprensa em junho do ano de 2019.
“Qualquer pessoa que me conhece ou já trabalhou comigo sabe que eu não sou alguém que ofenderia ou deixaria alguém desconfortável. Tenho certeza que nunca agi de maneira ofensiva e sinto profundamente caso em algum momento de minha trajetória de 42 anos no jornalismo algum de meus colegas tenha se sentido desrespeitado. Sou pai de cinco filhas e avô de quatro netas e é essencial para mim que mulheres tenham um ambiente de trabalho seguro”
Afirmou ele em nota.
Antes de Gérson, vários profissionais envolvidos direta ou indiretamente no caso perderam o emprego, inclusive algumas vítimas.