De todas as participações do Brasil no Oscar, a de Central do Brasil talvez tenha sido a mais marcante. Lançado há exatas duas décadas nos cinemas nacionais, o longa de Walter Salles ganhou o mundo e figurou em importantes premiações internacionais entre 1998 e 1999, conquistando duas indicações da academia.
O filme foi a maior esperança de um Oscar na categoria filme estrangeiro. Central do Brasil ganhou na mesma categoria no Globo de Ouro e teve Fernanda Montenegro indicada a ambas as cerimônias. A atriz saiu vitoriosa da premiação concedida por críticos de Nova Iorque.
São poucas as vezes em que um longa indicado na categoria de filmes estrangeiros concorre a mais de uma estatueta no Oscar. A indicação de Fernanda, portanto, deu força ao filme que foi dado como vitorioso antes da hora. Venceu o italiano A vida é bela como melhor longa língua não inglesa. Gwyneth Paltrow foi coroada melhor atriz do ano por Shakespeare apaixonado — fato que não foi bem digerido por muitos brasileiros mesmo 20 anos depois.
De lá para cá, duas décadas se passaram e muita coisa mudou nas carreiras da equipe Central do Brasil. O filme foi responsável por revelar o ator mirim Vinícius de Oliveira e elevar a já veterana à época Fernanda Montenegro a um patamar quase mítico no imaginário brasileiro. Co-produção entre Brasil e França, o drama lançou de vez o diretor Walter Salles no cinema estrangeiro em colaborações internacionais bem sucedidas entre crítica e público.
O longa acompanha Dora Teixeira (Fernanda Montenegro), transcritora de cartas para analfabetos na estação que dá nome ao filme. Num desses trabalhos, conhece o jovem Josué (Vinícius de Oliveira), cuja mãe é morta vítima de atropelamento, e decide acompanhá-lo na jornada para ajudar o garoto a conhecer o pai.