Neste domingo, 09/08, o Câmera Record apresenta uma reportagem sobre pessoas que resolveram transformar completamente a aparência e passaram por mudanças radicais no corpo. Alguns querem ficar parecidos com personalidades famosos, mas há quem se inspire até mesmo no visual de brinquedos.
O programa revela que a motivação para transformações radicais pode ter muitas influências. “Algumas pessoas idealizam essas celebridades. Nenhuma cirurgia é isenta de riscos. Em algum momento, algum desses riscos vai se tornando realidade”, afirma Leandro Faustino, cirurgião plástico. A psicóloga Simone Domingues também aponta outro fator estimulante. “Isso é muito reforçado nas mídias sociais. As pessoas buscam um padrão que, para elas, é um padrão a ser atingido”, afirma.
Para o psicólogo Jacob Goldberg, muitas dessas transformações são formas de preencher ‘vazios’. “A questão toda é de limite e de distinguir entre uma satisfação razoável e aquilo que é compulsivo, aquilo que o indivíduo não consegue controlar”, explica.
O Câmera Record entrevista algumas dessas pessoas que não medem esforços para conseguir realizar as mudanças. Com 17 anos, Felipe Adam guarda todo dinheiro que consegue com trabalhos na praia para se transformar no boneco Ken, aquele que faz par com a Barbie. De família humilde, ele mora no litoral de São Paulo e, assim que atingir a maioridade, planeja fazer uma série de cirurgias plásticas para ficar com o visual do brinquedo.
A ideia já foi reproduzida por outros sósias do boneco, que passaram a adotar o apelido de “Ken Humano”. Enquanto não realiza o sonho, Felipe se transforma em Ken com a ajuda de maquiagem pesada – um processo que leva cerca de 4 horas. “Eu vi o rosto do boneco, juntei o meu rosto na minha foto e eu calculei mais ou menos o que dava para fazer. Pesquisei muitos vídeos de como desenhar traços diferentes”, conta.
Bárbara Jankavisk, 25 anos, já realizou seu objetivo: fez 15 cirurgias plásticas para ficar parecida com a famosa parceira do Ken. Ela lembra bem o motivo que a fez decidir mudar o corpo. Quando tinha 16 anos, em uma conversa pela internet, a chamaram de “loirinha gordinha”. “Comecei a fazer dieta e ter distúrbios alimentares. Fui e falei: eu não gosto do meu corpo eu preciso mudar tudo aqui”, relembra.
O padrão ideal é bem diferente para Marcelo de Souza Ribeiro, 37 anos, conhecido como Bboy. Ele transformou o corpo em uma tela para as mais de mil tatuagens que já fez. Com 98% do corpo coberto por desenhos, é considerado o segundo homem mais tatuado do país, de acordo com a Associação dos Tatuadores e Perfuradores do Brasil. “Muitas pessoas perguntam para mim assim: ‘Você não tem medo de, quando você ficar mais velho, você se arrepender disso?’ Jamais vou arrepender de nada”, diz.