A confortável forca do passado

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    Me confortam seus olhos
    Como a dança dos fogos
    Em uma noite estrelada de dias ociosos
    Destroços oprimidos, em meus frígidos ossos
    Os fogos seguem queimando em fotos
    Os fogos seguem me confortando em fotos

    Insidiosos transtornos, começam a me engolir
    Anseio sumir, nostalgia começa a ruir
    Mas ainda sinto sua falta
    Eu ainda te amo

    Como a fumaça que me envenena, que se dissipa pela noite plena
    As memórias e seus prazeres se dissipam
    No silêncio inócuo mas sem pena
    Mas eu ainda sua falta
    Eu ainda te quero

    Desejo o intangível, abraçar o passado
    Sentir o cheiro da chuva no campo molhado
    Eis o problema do passado

    Pois sua falta me manca
    Dilacerada garganta
    Que grita mas não canta

    O passado é a mais dolorosa das miragens.

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