Entrevista: Jay Vaquer lança novo disco “Ecos do Acaso e Casos de Caos”

    Recentes

    Compartilhe

    É necessário ter muita coragem pra escrever o que Jay Vaquer escreve, e muito talento pra escrever como ele escreve. Ele fala de relacionamentos, da decepção dentro deles, do seu interior e do mundo a seu redor. Mas Jay mostra as garras mesmo quando se coloca como cronista da sociedade em que vivemos… Aí Jay dá um banho! O artista acaba de lançar ECOS DO ACASO E CASOS DE CAOS, seu décimo trabalho. São dez faixas de um universo de quarenta canções que estão no repertório de seu Musical “Tilt – Quando é que a vida começa?”. Esse projeto ganhará os palcos e também será realizado num formato audiovisual. No CD, as músicas ganham arranjos específicos. Produzido por Moogie Canazio, o trabalho foi gravado e mixado em Los Angeles.

    Aproveitando o lançamento do novo álbum conversamos sobre o novo trabalho, indicação ao Grammy Latino, suas trilhas que embalaram novelas da TV GLOBO e SBT, uma rejeição ao THE VOICE e muito mais, confira:

    VIROU PAUTA: Você sempre se renasce um pouco a cada disco, nunca fica preso ao passado, nada é datado, sempre com o mesmo aspecto e genialidade você atualiza o seu som, Então vamos começar falando um pouco sobre o Ecos do Acaso e Acasos de Caos. Qual a ideia e o conceito deste novo trabalho?
    Jay: “O repertório foi todo extraído de um musical. Venho trabalhando nesse projeto faz um bom tempo. Músicas e texto. São quarenta músicas no total e ainda espero gravar mais algumas num futuro próximo. (e depois, trabalhar para o elenco gravar um cd com o trabalho na íntegra.). A sonoridade do “Ecos do acaso e casos de caos” é diferente da que estará no musical, porém, busquei carregar nos vocais pra não distanciar tanto do universo original do repertório.”

                                         

    VP: Como foi o processo de gravação desse álbum? Sabendo que o disco é extraído de um musical autoral, o que ajudou a moldar este trabalho?
    Jay: 
    Tenho as 40 músicas em meu computador. (Bem mais, pq fiz muitas pro projeto que acabaram ficando de fora.) Esqueletos no Live. Uns mais avançados, outro menos. Fomos pinçando aleatoriamente… Pensando naquilo que seguia funcionando mesmo retiradas do contexto. Ainda que muitas vezes o sentido acabe sendo diferente quando a canção é inserida no fio narrativo do espetáculo. Não houve qualquer busca por estabelecer um top10 ou coisa do tipo. Nem saberia fazer isso. Todas ali são igualmente importantes. Mais uma vez, tive a sorte de contar com o maravilhoso Moogie Canazio e nos cercamos de grandes músicos. Sensacionais. Gente que toca demaaaaais. Tudo muito bem executado, gravado, mixado, masterizado. Estou muito feliz.”

    VP: Hoje a divulgação é bem diferente desde quando você começou sua carreira, não temos mais a MTV e as rádios já não tem o “potencial” de antigamente. Como é ser músico no Brasil em 2018?
    Jay: “Honestamente, acho difícil. Ainda não sei lidar direito com as redes sociais. (praticamente tudo que tenho na hora de divulgar o que é realizado.) Preciso melhorar muito. Aprender muito. São sei direito o limite daquilo que é público, daquilo que é pessoal… Do quanto do pessoal estou disposto a mostrar e se isso realmente faz alguma diferença. Se isso é uma condição para que o trabalho seja lembrado , para que exista uma expansão do público interessado e assim, os contratantes sejam mais confiantes e numerosos.”


    VP: Como foi ser indicado ao Grammy Latino como disco mais bem produzido do ano? Espera ser com este novo?
    Jay:
    Essa indicação do mais bem produzido do ano (E era o único brasileiro), foi “Umbigobunker!?”. Depois, o “Canções de Exílio” tb mereceu indicações. Acho sempre muito maneiro esse reconhecimento. Nunca um objetivo, mas uma consequência de um esmero absoluto que existe sim no processo todo. Esse trabalho agora tem o mesmo padrão, o mesmo cuidado. Tomara que mereça mais uma vez esse reconhecimento. Se depender de mim, viro um “DiCaprio” do Grammy..kkk.. Sempre ali concorrendo por cuidar de realizar trabalhos com muito capricho e verdade…e em algum momento, pode até ser que os membros votantes entreguem algum pro nosso projeto. rs”

    VP: Como surgiu a ideia do “Transversões”? (serie que aborda o trabalho de outros compositores, registrando esse exercício em CDs), aproveitando o assunto, porque não encontramos o álbum nas plataformas digitais junto com seus outros discos? Existem novos artistas cotados para um novo volume da serie?
    Jay:
    “Surgiu de um papo que tive com um amigo, o Beto Paciello que é um grande músico. Ele estava com um estúdio bacana em São Paulo e imaginei que realizar um “projeto paralelo” ali com ele seria muito bacana. E realmente foi. Não está nas plataformas pq é o único que não me pertence. Não dou dono dos fonogramas. Acho uma pena essa situação. Sim… Pretendo gravar mais volumes futuramente. Tenho pelo menos uns cinco artistas em mente. já com o repertório selecionado e os arranjos bem pensados.”

    VP: E artistas Internacionais, também há a possibilidade ou a vontade de incluir na série?
    Jay:
    “Esses cinco que mencionei são nacionais. Ainda não pensei em artistas internacionais.”

    VP: Você concorda que o que faz sucesso em um geral, hoje, no Brasil é necessariamente “ruim”? Falando da nossa “nova” leva de músicos (que fazem sucesso) existe algum que você aprecie o trabalho?
    Jay: “Não exatamente. Mesmo dentro de gêneros que eu nem curto e que são muito populares, encontro qualidade, gente séria, grandes músicos e arranjadores que cumprem com muita competência as suas respectivas propostas. Acho a Iza ( do sucesso “Pesadão”) muito bacana. Canta bonito e tem personalidade. Tomara que vá em frente sempre num caminho digno e bacana. Ela merece e pode. Tendo a perceber os méritos e qualidades mesmo naquilo que não escuto. Um sucesso imenso no Brasil é Ivete Sangalo. Falar que ela é “ruim” seria bobagem. Ela é excelente… Gostando ou não daquela proposta.”


    VP: Suas músicas já embalaram temas de novelas no SBT e na Globo, como foi o processo de negociação?
    Jay: 
    “Nem fico sabendo disso. É coisa da editora. Queria muito que minhas músicas estivessem nas novelas da Globo. Ajudaria muito. E acho que diversas cabem bem. Uma hora isso vai rolar. Chegaremos lá na persistência. rs”

    VP: É verdade que você já foi convidado a cantar no The Voice da Rede Globo?
    Jay:
    É verdade sim. Para a primeira temporada e segunda também.”

    VP: O País vive um momento histórico, já compôs algo sobre? Pensa a respeito do assunto em futuras musicas?
    Jay:
    Componho bastante. O tempo todo. E acabo abordando um pouco de tudo. “Formidável Mundo Cão” é de 2006/2007…. E até hoje serve bem para muita coisa por aí…. “Tudo que não era esgoto” é outro bom exemplo.”

    VP: Há a previsão da gravação de um novo DVD ainda este ano, junto a isto o que podemos esperar para 2018?
    Jay: 
    “Não há previsão. O DVD é uma boa possibilidade. Adoraria. Quero fazer muitos shows pelo país. Tomara que role. E lá pro final do ano, começamos a estruturar o caminho para um cd em 2019. Um por ano… É assim que eu gosto. rs”

    Por @Maxsody

     

    spot_img

    Não copie, compartilhe!

    VirouPauta.com