Conheça a trajetória do Pregador Luo; Discografia completa do rapper chega as plataformas de streaming

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    Finalmente os primeiros doze álbuns do Pregador Luo, lançados nos primeiros 14 anos de carreira, entre 1998 e 2012, estão chegando às plataformas de streaming.

    Uma maneira possível de contar essa história é acompanhar a trajetória do menino da Vila Moraes desde quando, nos acampamentos para jovens evangélicos, brincava de rap e sonhava em subir ao palco (embora não tenha conseguido muito mais do que figurar na contracapa de um LP do rapper Ndee Naldinho) chegando até a exuberância sonora em álbuns como “Único-Incomparável”, ou em shows superproduzidos como o registrado em “Apocalipse 16 Ao Vivo”, de 2006.

    Outra possibilidade é olhar para a linha evolutiva do crossover entre o rap e o gospel – dois universos que exigem legitimidade e lealdade – cujas fronteiras nunca haviam sido cruzadas antes do álbum “Arrependa-se”, de 1998. Se essa receita precisava de certa dose de ousadia no final dos anos 1990, e se, apesar disso, foi vitoriosa desde sempre, é gratificante notar, ao longo de sua discografia como Luo nunca se acomodou nela. Pelo contrário: musicalmente, a evolução é clara, álbum a álbum, indo do rap state-of-art de “2ª Vinda [A Cura]” até a fusão com a soul music de “Apocalipse 16” e “Templo Soul” passando pela mistura com ritmos brasileiros e com o pop-rock de “Único-Incomparável”. Liricamente, da mesma forma, os temas vão da denúncia de “O Princípio das Dores” à leveza de “Som pro verão” passando por um álbum temático dedicado às artes marciais (“Música de Guerra”, de 2008). Tudo isso sem nunca se afastar da cosmovisão cristã e da atitude herdada da cultura hip-hop.

    A abrangência e a abertura artística de Luo podem ser atestadas num sobrevoo pelas parcerias e participações especiais: da estrela do gospel pentecostal Cassiane em “Choque e fogo” a Wilson Simoninha em “Compensações”, da boy band KLB em “Contei os dias” a Rodolfo Abrantes em “Santo Sangre”, o racional Edi Rock em “Minha oração” ao grupo de louvor Trazendo a Arca em “Já posso suportar”, do roqueiro Chorão em “Nada é impossível” aos encontros com os rappers Rappin Hood em “Só bam bam bam”, Xis em “Paz nas quebradas” e Thaíde em “Não perca sua vida na noite”, entre outros nomes.

    Mas há também a história do Pregador Luo empreendedor, um homem da indústria da música. O garoto que lotava o carro com seus CDs e negociava com distribuidoras, disco por disco, exemplar por exemplar, centenas de milhares de vezes, que montava shows em grandes casas de espetáculos, que cuidava das camisetas e dos bonés, que criou seu próprio selo, o 7Taças, pelo qual lançou os doze álbuns que finalmente chegam às plataformas digitais: “Arrependa-se” (1998); “2ª Vinda [A Cura]” (2000); “Antigas Ideias Novos Adeptos” (2001); “RevoLUOção” (2003); “D’Alma” (2005); “Apocalipse 16 e Templo Soul” (2006); “Apocalipse 16 Ao Vivo” (2006); “Música de Guerra – 1ª Missão” (2008); “Árvore de Bons Frutos – Ao Vivo” (2009); “Árvore de Bons Frutos – Inéditas + Mixtape” (2009); “Único-Incomparável – Volume 1” (2012) e “Único-Incomparável – Volume 2”  (2012).

    Estes álbuns vêm se somar aos mais recentes, “Governe!” (2015), “Retransmissão – Remixes” (2017) e “Nascido das Luzes (2020)”, os primeiros frutos da parceria entre o selo 7Taças e a Universal Music Christian Group, que já estavam nas plataformas de streaming.

    A oportunidade de reouvir todos esses trabalhos, como uma longa série, também revela a unidade na diversidade de um artista tão interessado no rap quanto na espiritualidade, que acredita que as ruas das grandes cidades e das periferias brasileiras também são território santo – e isso tanto nos álbuns e músicas que assina como Apocalipse 16, como Pregador Luo ou em suas parcerias diversas. E serve como trampolim para o muito que esse grande rapper ainda tem a nos dizer nos próximos capítulos dessa história.

    Veja a última live do cantor:

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