Envelhecimento saudável: tema vira centro das ações de saúde

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    4/3/2022 – O foco é aumentar a expectativa de vida da população, bem como a qualidade de vida para todas as pessoas que estão envelhecendo, promovendo saúde

    Início da Década do Envelhecimento Saudável da ONU foi marcada por impacto da pandemia de Covid-19, que vitimou mais idosos; para especialista, foco de políticas públicas precisa estar na garantia da qualidade de vida do idoso

    O envelhecimento saudável está na agenda do dia de diversas organizações nacionais e internacionais dedicadas à saúde. Em meio a revisões de nomenclatura e abordagem, a fase da vida que antes era vista de forma estigmatizada agora está ganhando centralidade em estratégias de saúde pública. 

    A ONU (Organização das Nações Unidas) declarou o período entre 2021 e 2030 como a Década do Envelhecimento Saudável. Ao longo dos próximos anos, a agência internacional buscará uma somatória de esforços para melhorar a vida dos idosos e de suas famílias. Para a ONU, ações voltadas ao envelhecimento devem unir governos, sociedade civil, profissionais, especialistas, mídia e setor privado. 

    O objetivo das ações não se resume a enxergar de forma diferente o envelhecimento. O que agências internacionais buscam é estimular a atuação de governos em prol de ações voltadas para o envelhecimento saudável. 

    “O foco é aumentar a expectativa de vida da população, bem como a qualidade de vida para todas as pessoas que estão envelhecendo, promovendo e produzindo saúde. Isso pode ser feito independentemente de restrições que são comuns no envelhecimento”, afirma Jeferson Molina, especialista em saúde integrativa e profissional da área da saúde.

    Também no Brasil, o envelhecimento se tornou alvo das atenções e preocupações em saúde. O CNS (Conselho Nacional de Saúde), por exemplo, passou a desaprovar a inclusão do termo “velhice” no rol das condições tidas como doenças. A posição do CNS colaborou para a retirada do termo da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID), da Organização Mundial da Saúde (OMS). 

    De acordo com Molina, o uso de novos termos possui um efeito simbólico importante. “Velhice remete a densidade. Envelhecimento soa mais leve. Afinal, todos nós queremos envelhecer com plenitude e qualidade de vida. O envelhecimento é algo que faz parte da vida, de forma livre, leve e doce”, afirma o profissional da área da saúde. 

    Envelhecimento saudável

    Colocar o envelhecimento no foco das estratégias de saúde se tornou fundamental para lidar com fenômenos atuais. Com o aumento da expectativa de vida, as pessoas estão vivendo mais e a população mundial está envelhecendo. Mas isso não significa que o envelhecimento venha ocorrendo de forma saudável. 

    Além das restrições que surgem com o envelhecimento, idosos sofrem mais com solidão e isolamento e são alvo de violência de forma mais frequente. Não bastasse isso, os idosos foram as maiores vítimas da pandemia de Covid-19, que impactou o mundo justamente quando era lançada a Década do Envelhecimento Saudável da ONU.   

    No Brasil, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que 84% das pessoas com mais de 60 anos e com alguma limitação funcional precisam de ajuda para atividades básicas, como tomar banho, ir ao banheiro, vestir-se ou andar. Contudo, 10,9% desse grupo não recebem apoio algum. 

    Na visão da OMS, envelhecer de forma saudável é ter assegurada a possibilidade de manter e melhorar a saúde física e mental, a independência e a qualidade de vida. Algumas ações simples a serem adotadas no dia a dia do idoso podem garantir esses objetivos. 

    Para Molina, a rotina para um envelhecimento saudável inclui “a prática regular de atividades físicas, boa suplementação alimentar, manter acompanhamentos médicos preventivos e fazer os rituais do dia”. 

    A nova abordagem com foco no envelhecimento saudável passa ainda por uma transformação na forma de pensar e atuar na área da saúde. “É preciso que os profissionais da saúde sejam trabalhados também”, diz o especialista. 

    Para saber mais, basta acessar o site: //jefersonmolina.com.br/site/

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