Governo define novas regiões para o cultivo da canola

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    Mato Grosso do Sul 22/11/2021 – A incidência de geada e o déficit hídrico são os principais riscos associados ao cultivo da canola no Brasil.

    Embora a canola seja uma espécie de clima frio, as plantas são sensíveis a geadas intensas, principalmente durante o estabelecimento das lavouras, nos primeiros 30 dias, e durante a floração. O novo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a cultura da canola ampliou a indicação do cultivo para além do sul do Brasil.

    O novo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a cultura da canola ampliou a indicação do cultivo para além do sul do Brasil. “As portarias foram publicadas no Diário Oficial da União na quinta-feira, 11 de novembro de 2021, indicando os períodos de semeadura e os municípios aptos para o cultivo de canola”, informa Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX Agropecuária.

    Vale destacar o Zarc no sistema sequeiro para os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e Bahia, além do sistema irrigado para São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Bahia e Mato Grosso.

    Os híbridos de canola começaram a ser introduzidos no Brasil em 2004, dando início à coleta de informações pela Embrapa visando aos ajustes necessários para o desenvolvimento de sistemas de produção para essa oleaginosa no país. Segundo Carlos César Floriano, “O primeiro Zarc para a canola foi publicado em 2008, com indicação para cultivo no Rio Grande do Sul, depois, exclusivamente para sequeiro, foi estendido para Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás”, explica.

    O Zarc atual inova pela ampliação das unidades da federação contempladas, reanálise do zoneamento antigo e inclusão dos sistema irrigado que pode ser um alternativa para os estados das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, caso do Oeste da Bahia.

    Após 16 anos trabalhando com dados de fenologia da canola em 22 locais e 158 diferentes datas de semeadura, cruzados com a rede de 3.500 estações meteorológicas da base Zarc da Embrapa, o novo Zarc canola permitiu uma orientação mais precisa sobre gestão de riscos no cultivo dessa oleaginosa na safra 2021/2022. Atualmente, a produção de canola ainda está concentrada no Sul do Brasil, mas cabe à pesquisa explorar o potencial de crescimento da cultura mostrando onde é possível produzir essa oleaginosa sob de riscos mensurados.

    Riscos à canola

    A incidência de geada e o déficit hídrico são os principais riscos associados ao cultivo da canola no Brasil. Embora a canola seja uma espécie de clima frio, as plantas são sensíveis a geadas intensas, principalmente durante o estabelecimento das lavouras, nos primeiros 30 dias, e durante a floração.

    “Apesar da canola possuir grande capacidade de aclimatação, adaptando-se bem a temperaturas baixas, as quedas bruscas de temperatura podem matar as plantas”, afirma Carlos César Floriano.

    No Zarc da canola de sequeiro, usou-se como primeiro fator de risco, o diagnóstico de risco de geada nos 30 dias após a semeadura da cultura e nos 20 dias após o início da floração, abarcando os três níveis de risco (20%, 30% e 40%) de ocorrência do evento, em função do período de semeadura e do grupo da cultivar utilizada.

    Apesar do risco de geada existir também nas outras regiões de cultivo, é na Região Sul que as perdas são mais frequentes. Isso porque são comuns variações de temperaturas desde o outono até a primavera, quando dias consecutivos de altas temperaturas são bruscamente interrompidos por ondas de frio intenso e formação de geadas. O regime de chuvas também intercala vários dias com precipitações e déficit hídrico, além da ocorrência de ventos fortes em momento críticos da cultura.

    “A deficiência hídrica pode prejudicar a canola. O risco para perdas é maior em dois momentos: no estabelecimento da cultura e na floração/enchimento de grãos”, avalia Carlos César Floriano.

    Os problemas afetam diretamente o rendimento final da lavoura. Na análise hídrica o Zarc levou em consideração a variabilidade das chuvas, a evapotranspiração potencial, o ciclo da cultura e as fases fenológicas críticas, coeficientes de cultura e capacidade de armazenamento de água disponível conforme o tipo de solo.

    Website: //vmxagro.com.br/

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