Carapicuíba/SP 24/8/2021 – Intolerância alimentar não é o mesmo que alergia alimentar
O diagnóstico correto da intolerância alimentar e o tratamento adequado garantem uma melhor qualidade de vida para os pacientes.
A alimentação de forma correta se apresenta ao longo dos anos como um desafio para a maioria das pessoas, isso se explica de forma prática em como o cotidiano humano influencia diretamente na qualidade de vida. A situação se complica ainda mais quando se é portador de alguma intolerância alimentar, já que nesse processo há a necessidade de respeitar determinadas restrições.
Organizada pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBBAI), “Alergia Alimentar: um problema global” foi tema da Semana Mundial de Alergia em 2019, iniciativa da World Allergy Organization (WAO). As estatísticas mostradas através de estudos científicos da organização indicou que cerca de 8% das crianças com até dois anos de idade e 2% dos adultos estão sofrendo algum tipo de alergia alimentar no Brasil.
É comum que entre os apontamentos as causas genéricas e ambientais resultem no surgimento da intolerância alimentar. Tratando do próprio gênero, em uma lista no que se refere a nutrimentos que podem resultar em intolerância alimentar, o glúten, lactose e até alimentos ricos em fodmaps (conjunto de carboidratos de difícil digestão para algumas pessoas), estão entre os principais.
Sintomas da intolerância alimentar
De forma específica, além de auxiliar no tratamento eficaz, o diagnóstico correto garante que o paciente tenha uma qualidade de vida melhor, embora precise seguir determinadas restrições. Nesse sentido, é preciso entender que a intolerância alimentar pode se apresentar de formas variadas, sendo divergentes em cada caso.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, é bastante comum entre esses casos, no que se refere a intolerância à lactose, 42% da população mundial se enquadram nessa situação. Segundo esses estudos, a intolerância alimentar é indicada quando o corpo não digere alguma partícula ingerida, geralmente sendo relacionada a uma proteína ou a uma falta de enzima no processo de digestão.
Especialista em Nutrição Ortomolecular, Comportamento Alimentar e atuante como Coach Nutricional, a nutricionista Daisy Fini explicou como ocorrem os sintomas. “Podemos indicar que os sintomas relacionados à intolerância alimentar são bem peculiares da parte interna do corpo, como distensão abdominal, diarreia, fezes mais consistentes (duras), e intestino constipado, onde alguns pacientes podem apresentar náuseas, vômito e dor de cabeça”, explicou Daisy Fini.
A nutricionista ainda explicou que o paciente ter o conhecimento prévio de que apresenta intolerância alimentar é o fator primordial para que sua qualidade de vida seja garantida, desde que o tratamento seja iniciado de forma imediata. Daisy Fini explica que a inflamação tende a aumentar gradativamente pela insistência da ingestão de determinado alimento.
“Se o paciente tinha somente uma distensão abdominal, com a ingestão continuada do alimento que não é digerido muito bem, ele pode passar a ter dor de cabeça, náusea, intestino preso ou solto, onde cada vez mais o quadro tende a se agravar, já que a pessoa insiste em colocar algo para dentro de seu corpo que não lhe faz bem”, orientou e afirmou a Nutricionista.
Diagnóstico e tratamento adequado
Para que haja um tratamento adequado para cada tipo de intolerância alimentar, necessita-se de uma avaliação médica e um diagnóstico um preciso, esse segundo realizado através de uma amostra simples do sangue venoso.
“Os testes são feitos por grupos de 59, 109 ou 200 alimentos e o prazo de entrega dos exames é de seis a dezoito dias”, ressaltou a Dra. Francine Gimenez Goes, biomédica da equipe Transduson Medicina Diagnóstica Avançada.
É através do diagnóstico que o tipo de intolerância alimentar do paciente será indicado. De forma simplificada, se há intolerância à lactose, tira-se parcialmente o ingrediente da alimentação e o alimento é excluído por um tempo até o corpo desinflamar. Depois é feita uma reintrodução do alimento aos poucos no intuito de analisar como será a aceitação.
“O paciente se sentindo bem e não apresentando mais os sintomas agravados, introduz-se a lactase, enzima que facilita a digestão, em alimentos que têm uma quantidade maior de lactose do que ele está acostumado a ingerir após a reintrodução”, finalizou Daisy Fini.
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