São Paulo, SP 16/2/2022 – As startups têm um modelo tão atrativo, que grandes empresas decidiram criar espécies de “startups internas”.
No lugar de temer ou contra-atacar startups que possam ameaçar seus negócios, grandes empresas estão criando suas próprias startups.
Elas são ágeis, conseguem atingir grandes mercados em pouco tempo, não têm medo de errar e têm custos menores do que uma empresa normal. As startups têm um modelo tão atrativo, que grandes empresas decidiram criar espécies de “startups internas”. É o modelo chamado de startup studio ou Venture Builder.
Neste formato, no lugar de temer a agilidade das startups, as grandes empresas moldam a própria. O objetivo é encontrar empreendedores, formar um time e desenvolver uma ideia de negócio paralela ao modelo atual da empresa.
Esse é um modelo bem específico, diferente das grandes empresas que têm buscado investir em startups já existentes, só dando o dinheiro para elas crescerem. Aqui o time e a ideia nascem dentro das empresas, não fora.
Outra diferença no modelo de startup studio é que a empresa pode compartilhar recursos (como um setor de compras ou financeiro) e proporcionar troca de experiências com profissionais da casa. Isso reduz os custos e aumenta a curva de aprendizado de todos envolvidos.
Exemplo de startup studio
Quem decidiu investir neste modelo foi a empresa de desenvolvimento de software SNEWS. Atuando no mercado de software há mais de 20 anos, ela é destaque no cenário de broadcasting, tendo atuação em diversas partes do Brasil e do Mundo.
Em uma das viagens que fez para o Vale do Silício, em 2019, o CEO da SNEWS, Rodrigo Brasiel, observou essa tendência lá fora. Depois de discutir com os outros sócios da empresa, decidiram aplicar o modelo de Startup Studio no Brasil.
O primeiro passo foi buscar os parceiros e sócios certos para o negócio e explicar, que neste modelo, todos colocam a mão na massa, “A ideia é formar uma empresa com profissionais qualificados que já trabalham com você e chamar profissionais de ponta para complementar as habilidades que faltam no time, com o intuito de resolver um problema e não de validar o modelo de negócio”, explica o CEO.
Todos os novos sócios entram com porcentagem do negócio e se comprometem com o modelo fail fast, que busca testar uma ideia o mais rápido possível. Um dos projetos é o desenvolvimento do SOUV, um ecossistema de Mobile Journalism (Mojo).
O SOUV possui vários produtos, como um aplicativo para criar, editar e transmitir notícias, um site de busca de profissionais de jornalismo e uma agência de compra e venda de notícias. Ele já está sendo validado em diferentes emissoras do Brasil.
As vantagens do modelo de startup studio
Apesar de o foco não ser gerar unicórnios, as startups criadas neste modelo têm uma chance maior de sucesso no mercado. São negócios que conseguem se validar rapidamente e geram uma empresa lucrativa. O startup studio tem expectativa de 80% de sucesso.
Geralmente, os donos das grandes empresas já identificaram problemas de mercado e querem uma solução para eles. Diferentemente das startups convencionais, eles estão mais interessados no problema do que na solução (que pode não ter mercado algum).
Os donos dos negócios buscam empreendedores e pessoas com habilidades complementares para montar seu time de sócios. Isso garante mais diversidade do que algumas startups tradicionais que têm sócios com características semelhantes.
Por fim, ela é bem mais barata e causa menos preocupação nos empreendedores chamados para sociedade. Isso porque parte dos gastos, como estrutura, contabilidade e RH, são divididos com a grande empresa que está bancando o projeto.
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